segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A tecnologia precisa estar presente na sala de aula


Pesquisadora da PUC-SP alerta que o currículo escolar não pode continuar dissociado das novas possibidade tecnológicas

A tecnologia precisa estar à mão para a produção de conhecimento dos alunos à medida que surja a necessidade", diz a professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida.

Em um mundo cada vez mais globalizado, utilizar as novas tecnologias de forma integrada ao projeto pedagógico é uma maneira de se aproximar da geração que está nos bancos escolares. A opinião é de Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, coordenadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).Defensora do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula, Beth Almeida faz uma ressalva: a tecnologia não é um enfeite e o professor precisa compreender em quais situações ela efetivamente ajuda no aprendizadodos alunos. "Sempre pergunto aos que usam a tecnologia em alguma atividade: qual foi a contribuição? O que não poderia ser feito sem a tecnologia? Se ele não consegue identificar claramente, significa que não houve um ganho efetivo", explica.

Nesta entrevista para NOVA ESCOLA, a especialista no uso de novas tecnologias em Educação, formação docente e gestão falou sobre os problemas na formação inicial e continuada dos professores para o uso de TICs e de como integrá-las ao cotidiano escolar.

Os computadores estão fora do alcance de alunos e professores na maioria das escolas. Como é na sua?


A velha imagem das máquinas trancadas na sala do diretor não combina com a Educação deste século.  Mas ainda é verdadeira… A maioria das escolas públicas do país tem computador e acesso à internet, mas eles continuam fora do alcance da comunidade escolar ou, na melhor das hipóteses, restritos aos laboratórios de informática (85%). É o que mostra a pesquisa TIC Educação, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), divulgada na última segunda-feira (10). O estudo ouviu estudantes, professores e diretores de 1.125 instituições em áreas urbanas no país. Em 30% das unidades escolares, o uso do computador ocorre prioritariamente na sala de aula, mas por esforço dos educadores, que levam seu próprio equipamento a esses espaços. A velocidade das conexões também é um empecilho. Segundo o estudo, 17% das escolas tem conexão inferior a 1 megabit por segundo – bem abaixo do mínimo previsto Programa Banda Larga nas Escolas (2megabits por segundo). Além disso, há muitas disparidades regionais. O acesso à internet é universal nas escolas do Sul e do Sudeste, mas atinge 86% dos estabelecimentos do Norte e Nordeste. O Nordeste e o Centro-Oeste também concentram as conexões mais lentas. Pensando nos dados da pesquisa, queremos saber: onde estão os computadores de sua escola? Responda a nossa enquete e deixe seu depoimento na caixa de comentários!


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Conheça os aplicativos em que a garotada anda compartilhando selfies e muito mais



Os ambientes digitais são espaços de convivência para os jovens e, por isso, parte dos relacionamentos deles – por mais que a gente, adulto, ache que eles se expõem demais no mundo virtual. Dados de uma pesquisa realizada pela ong Safernet com crianças e adolescentes de 9 a 17 anos comprovam essa afirmação: o estudo mostrou que 59% divulga fotos nas redes sociais e 32% se sente mais livre quando anônimo na Internet. Os números explicam a popularidade de aplicativos de troca de informações, nem sempre usados pela garotada da maneira mais adequada. O primeiro passo para orientar os estudantes é manter-se bem informado e conhecer as ferramentas mais utilizadas. O que, afinal, eles estão usando para compartilhar informações?
 
Um dos apps mais polêmicos do momento é o Secret, que foi lançado em janeiro e, desde então, vem bombando nas redes sociais. Ele permite dividir frases e fotos sem se identificar. Graças ao anonimato, os usuários se sentem à vontade para partilhar confidências e imagens íntimas. É possível comentar os conteúdos de outros usuários, também anonimamente. Os itens mais curtidos ficam em evidência. Tudo pode ser publicado no Twitter, no Facebook e enviado por e-mail ou SMS – nesse caso, quem divulga é identificado. Como em outras redes sociais de compartilhamento de dados, dá para seguir postagens de todo o mundo. Em vez de mostrar quem escreveu o texto ou publicou a foto, aparece o país ou o estado dos Estados Unidos em que a pessoa está. Outra função permite criar comunidades, de uma escola ou de um grupo pequeno de amigos, por exemplo. Um verdadeiro perigo, se for usado de maneira irresponsável, já que pode aumentar as possiblidades de cyberbullying. Outros aplicativos, como Whisper e o PostSecret, têm funcionalidades semelhantes.
 
Outro programa queridinho dos jovens é o Snapchat. Pergunte para eles quais os mais usados por eles e certamente este aqui será lembrado nas respostas. Trata-se de um aplicativo que envia fotos que duram apenas alguns segundos. Por conta disso, ele é usado principalmente para publicar conteúdos íntimos. E aí é que está o problema. Embora as imagens desapareçam rapidamente, o que dá uma certa sensação de segurança, elas podem ser copiadas, com print screen, e, em seguida, compartilhadas por outras pessoas. Além disso, podem ser vazadas por hackers. Foi o que aconteceu em outubro deste ano, quando mais de 200 mil fotografias enviadas pelo app foram divulgadas. Em sua última atualização, ele ganhou novas funções, como a possibilidade de conversar com amigos por texto e vídeo em tempo real — como já ocorre em outros mensageiros instantâneos. Os jovens que usam o serviço foram à loucura com a novidade, aderindo maciçamente a elas. E os professores também. A norte-americana Tracie Schroeder desabafou em sua conta no Twitter: “Em 16 anos lecionando, eu não posso pensar em nada que tenha atrapalhado mais a sala de aula do que a atualização do Snapchat!”.
 
Mais conhecidos pelos adultos, o WhatsApp e o Instagram também permitem compartilhar dados e/ou imagens e podem gerar tantos problemas como os demais, pois os dados disponíveis nessas redes podem ser reproduzidos e utilizados em outros contextos.
 
Agora que você já conhece os aplicativos de maior sucesso entre os estudantes, iniciar uma conversa é o primeiro passo para ajudá-los a refletir sobre o que conteúdos, deles próprios ou de outros colegas, podem ser compartilhados. “É verdadeiro? É útil? É necessário? Pode fazer mal a alguém?” são perguntas que vem a calhar na hora de ensiná-los sobre o que divulgar no mundo virtual. Assim, eles pensam sobre os desdobramentos de suas ações e passam a usar os aplicativos de forma mais responsável.